Love & Wolf AT

 

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Masamune acorda tarde e não tem tempo para comer algo antes das aulas. Seu corpo além de dolorido estava muito exausto, então ao chegar na sala de aula segundos antes do professor entrar, ele olha para Shizura pelo canto do olho, faz um sinal com a cabeça para o novato que estava sentado atrás de seu lugar, senta-se, baixa a cabeça e adormece rapidamente.

            Havia mais alguém com ele em um espaço vazio e escuro. Não dava para ver ninguém, porém, era possível sentir a presença de alguém. E essa presença ficava cada vez mais forte, de uma maneira a aterroriza-lo, mas, ele não podia fazer nada além de ficar apavorado.

            -Masamune! – Yuki fala um pouco mais alto balançando o rapaz.

            Masamune acorda espantado, sem folego olhando para todos os lados. Estava na hora do intervalo, Yuki segurava uma garrafa de água em sua mão olhando para o rapaz preocupado.

            -Você estava tendo um pesadelo. – Yuki continua.

            -.... – Masamune concorda com a cabeça respirando fundo.

            -Água? – Oferece a garrafa em sua mão.

            -.... Obrigado.... – Pega a garrafa e abre sonolento.

-Masamune! – Shizura fala e se aproxima olhando para Yuki com desgosto.

-Shizura – Masamune diz sorrindo – bom dia.

            Yuki e Shizura se encaram.

-Masamune.... – Shizura diz – esse garoto….

-Ah... – Masamune diz – esta é Shizura Karen e este é.... – É interrompido.

-Yuki Leonard de Rossa, clã Rossa – Séria – que maravilha nunca pensei em encontrar alguém da elite visitando áreas da plebe.

            Yuki sorri sarcasticamente e fala.

-E não é que a escória tem coragem.

            Masamune olha para ambos, dos olhos saem faíscas e ao redor, uma aura apavorante e ameaçadora o surpreende.

-Vou logo avisar, eu – Olha para Masamune e volta seu olhar para Yuki – Cheguei primeiro, não encoste suas mãos em Masamune!

-Não é você quem decide isso Escória.

-Controle sua língua! – Rosnando.

            Masamune não entende muito bem a conversa entre ambos, sua cabeça estava rodando por ainda não ter comido nada, porém, a discursão era obviamente sobre ele, então, suspirando ele diz.

-VOCÊS! – Ambos prestam atenção em Masamune – Compraram algo para comer? Estou faminto…. – Coloca a mão na barriga com uma expressão dolorida.

-Aqui – Ergue sua outra mão com um saco cheio de besteiras – Comprei algumas coisas.

-Shizura! – Uma garota fala da porta da sala – Tem alguém querendo falar com você.

Shizura olha zangada para o rapaz e segue para a porta.

-De onde vocês se conhecem – Masamune pergunta comendo um pedaço do sanduiche – Para se odiarem tanto?

-Como não conhecer a primogênita do clã Lewis?

-Clã Lewis? – Fala de boca cheia – Sim, ela se chama – Engole – Shizura Karen Lewis, mas, isso é só o sobrenome dela – Morde mais um pedaço.

-Eu também pensava que o meu nome era apenas um “nome” quando era mais novo.... – Fala sarcástico observando Masamune comer.

O rapaz demora, porém ao entender o que Yuki havia falado, para de mastigar e olha para ele falando.

-Senta – Aponta para a carteira a sua frente vazia – Você precisa explicar algumas coisas – Sério.

Yuki sorri, vira a carteira de frente para Masamune, larga a sacola no chão, vira as páginas do caderno do rapaz até achar uma página limpa, pega o lápis a cima da carteira e começa a rabisca-lo. *imagem na nota*

-No nosso mundo, se é que posso chamar assim, temos três clãs principais: Rossa, LeBlanc e Gianni – Mostra o que estava escrevendo no caderno para ele – os três são o que chamamos de tríade harmônica, tudo que acontece em outros clãs e fora deles são de responsabilidade da tríade, então, se alguém faz algo errado, eles julgam e lhe dão o devido castigo – Aponta para os números – cada uma possui um número de clãs subordinados e cada um dos subordinados possuem 1 ou 2 outros como subordinados e assim vai.

-Hum.... Então.... Shizura...?

-Shizura... – Aponta para a palavra “Gianni” – Lewis é um dos 17 clãs subordinados à Gianni.

-Oh.... E vocês possuem brigas internas? – Curioso.

-Não exatamente.... – Pega um sanduiche na sacola – Imagine uma grande família, de fato ocorreram algumas brigas, mas, nada que não possa ser controlado. A cima de tudo, há o respeito entre os clãs.

-Você e Shizura estão brigando agora por algo então?

-Hum.... – Pensa um pouco e morde o seu sanduiche – Digamos – Fala de boca cheia – que Lewis foi acusado de um crime passional a 17 anos atrás, porém foi inocentado por falta de provas e o crime afeta diretamente a minha família.

-Mas, foram inocentados correto?

-Foi o que eu acabei de dizer.... – Ri.

-O que está no passado, fica no passado, por favor não traga isso aqui e desconte em Shizura, afinal, a 17 anos atrás ela nem era nascida.

-Não é tão fácil assim – Pensa – por que eu deveria fazer o que diz?

-Tem razão.... – Fica pensativo – quem sou eu para lhe pedir algo? Pensando bem.... Você deveria estar me dizendo isso?

-Não é como se isso fosse um segredo.... Mas, certo.... Eu não deveria te contar.... Você é um humano um tanto especial, com um cheiro muito acentuado, se não for marcado logo, será devorado a qualquer momento.

-Como assim “devorado”? Há outros além de vocês dois – Olha ao redor e retorna seu olhar a ele – aqui?!

-Sim, de outros clãs também, tem o – É interrompido.

-Tudo bem, tudo bem.... Não precisa me dizer ok? – Suspira e pega outro sanduiche pensativo.

-Haha – Ri e continua a comer o seu sanduiche – gostei de você.

-Ah! – Fala alto – aqueles caras....

-Da praça? – Engole.

-Sim.

-Eles são de uma família subordinada à Lewis se não me engano.

-Por que eles e Shizu te chamam de realeza?

-Você com certeza faz muitas perguntas.... – Relaxa na cadeira.

-Para quem eu devo mandar a conta da minha despesa médica mesmo?

-Ok, ok...... – Ri – Eu estava brincando.... Descendentes diretos das famílias que regem a tríade possuem um tom de realeza, os outros clãs nos tratam como se fossemos do mais alto cargo de uma hierarquia – Coça a cabeça – mas, isso é puramente figurativo, podemos interferir em escolhas e decisões, mas, até nós temos nossos limites em interferências.

-E por que veio para a nossa escola? Você não tem um tutor particular sendo da “releza”?

-Eu tinha... Depois de tanto tentar, consegui sair da propriedade em que morava e morar sozinho.... De tempos em tempos, ainda preciso me reportar aos mais velhos.

-Deve ser sufocante.... – O sinal toca.

-Não posso negar – Levanta, arruma a carteira, recolhe sua sacola do chão e vai para o seu lugar – Vê se se mantem acordado.... Os professores irão querer a sua cabeça se continuar dormindo.

-Hum – Concorda com a cabeça terminando de comer e observa o que Yuki havia escrito em seu caderno – Você até que tem uma letra bem bonita.

-Acho ela bem normal para falar a verdade.

-Quem poderia imaginar... – Murmura – que essa história toda é verdade e que Shizura é uma lobo fêmea...? – Não acreditando em suas próprias palavras.

-E é com isso que está surpreso?! – Ri.

-Haha... Shizura não é uma má pessoa.... – Sorri – falando nisso – Vira-se para Yuki – como você pode ser tão alto? Eu tenho 1,70cm e você tem quanto? 2 metros?

-1,89cm. A família Rossa é conhecida pela altura e a cor azulada de sua pelagem...... – Orgulhoso.

-...... – Olha em seus olhos – Realmente.... É uma cor muito bonita – Sorri e o professor entra na sala o fazendo virar rapidamente para frente.

-Bom dia – O professor alto, de olhos verdes e cabelos batidos loiros vestindo uma bata branca por cima da roupa fala e olha para Yuki – Yuki, eu me chamo Manoel Tolledo leciono biologia, qualquer dúvida pode perguntar...... – Yuki concorda com a cabeça – E Masamune – Olha para o garoto que estava com o olhar perdido em seu caderno – Masamune! – O garoto ergue a cabeça e olha para o professor – Preciso que vá a sala dos professores após as aulas – Masamune concorda com a cabeça e baixa seus olhos para o papel novamente – Então.... Vamos começar. 

            Yuki observa o garoto durante a aula e percebe que ele não estava prestando atenção e nem fazendo anotações.

            Como o solicitado, após as aulas, Masamune arruma suas coisas e vai a sala dos professores, ao vê-lo sair da sala um pouco irritado, Yuki pergunta a Shizura que também estava o observando.

            -É sempre assim? [...] Clique Aqui para continuar a leitura.


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