Love & Wolf - AT

 

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Capítulo 03

    Masamune acorda ao sentir o seu pé sendo acariciado e ao olhar ao redor, ele estava no chão do quarto, sem lençol e seu despertador tocando fervorosamente. Ele engole seco e lembra-se que só adormeceu depois das 5 horas da manhã, o que lhe dava quase nada de tempo de descanso. Ao abrir a porta de casa, ele se depara com Yuki lhe aguardando já vestido com o uniforme branco e preto. Yuki ergue sua mão e diz.

            -Bom dia.

            -.... – Masamune o fita por alguns instantes tentando raciocinar, suspira e diz com a voz baixa – Bom dia.

            Caminhando para a escola, Masamune estava desanimado e sem vida nos olhos. Yuki lhe dá um leve empurrão e diz.

            -Aconteceu alguma coisa?

            -Eu não dormi nada…. Tive vários pesadelos.... Estou tão cansado....

            -Oh....

            -E está fazendo tanto calor….

            -Calor? – Estranha.

            -Como está a investigação? – Pergunta malmente abrindo os olhos.

            -Há um centro de reabilitação por perto de lobos que mataram inocentes.... Alguns conseguiram fugir e talvez um deles é aquele de ontem.

            -Ninguém reportou isso a polícia? – Coça os olhos.

            -A polícia não se envolve nesses casos, mas, deveriam ter se reportado a tríade – Puxa Masamune para que ele não bata em um poste – nesse caso.

            -Das duas uma.... Ou alguém deixou eles escaparem, ou eles fugiram pelo deslize de alguém – Yuki observa o jovem rapaz que parecia ter ingerido álcool pela madrugada – e alguém está encobrindo outro alguém.... Eles não podem voltar a forma humana?

            -Quando um lobo – Puxa o garoto para mais próximo de si e ainda caminhando cheira o seu cabelo inconscientemente – mata um inocente, as vezes seu psicológico fica tão afetado que ele não consegue voltar a sua forma humana.

            -Hum.... – Empurra Yuki – está quente!

            -Oh.... – Não solta o braço do rapaz – desculpe.

Durante a aula, Akira fica com muito mais calor, levanta-se e vai para a enfermaria da escola. Era pequena, haviam apenas três camas separadas por cortinas, algumas mesas, cadeiras e armários com vários tipos de embalagens, todos trancados com cadeados. Akira abre um botão de sua blusa procurando o responsável, mas, não o acha, então deita-se em uma das camas vazias e fecha os olhos.

-Ainda não é nem verão – Masamune balbucia – e eu já estou derretendo…. O que está acontecendo?

            Ao sentir alguém passando a mão em seu peito descoberto, Masamune abre olhos assustado e vê a enfermeira o olhando séria e indiferente.

-Akira Masamune, não é? – A enfermeira pergunta com uma voz ríspida.

-Sim, algum problema professora?

            De repente, algo arranha o abdômen de Akira. A enfermeira parecia ser bem mais nova, vestia um vestido salmão e um jaleco por cima deste, além de ter seus cabelos ruivos presos em um coque e óculos.

-O que.....?!

-Tire suas mãos dele! – Yuki chega ofegante e á repreende.

-Aah, Yuki! – A enfermeira diz e vira-se com um rosto inocente – não é o que está pensando!

-É exatamente o que penso, se tocar novamente, eu te mato Auro!

-Uuh... – Encosta seu dedo no arranhão – estou morrendo de medo!

            Yuki range os dentes e avança na mulher. Masamune senta-se na cama e olha para os dois, perplexo. A enfermeira estava segurando um punho de Yuki e este segurava o dela.

-Então nosso herdeiro é forte...

-Você nem imagina... – Yuki murmura.

            Auro tenta dar uma cabeçada, em Yuki, porém o garoto dá um pulo para trás. A enfermeira tenta soca-lo, Yuki desvia, á puxa e bate fortemente na nuca dela á fazendo parar no outro lado da sala – de cara com a parede.

Yuki pega a enfermeira pelo colarinho do vestido e diz.

-VOCÊ NÃO OUVIU...... – É interrompido.

            Masamune agarra o braço de Yuki.

-Yuki.....! – Preocupado – certeza que vai bater em uma mulher?

            Yuki olha para Akira com os olhos vermelho sangue.

-Pensa bem.... Vamos conversar com calma.... É só um arranhão, não está nem doendo... – Yuki larga a enfermeira e fixa sua atenção para o garoto.

-Você é tão ciumento! – Auro fala quase sem forças – era só uma brincadeira.

            Akira olha para a enfermeira, e percebe os olhos de Yuki voltando ao azul. Auro, apertando sua própria nuca sai da enfermaria com pressa. Akira volta para cama atordoado e deita-se novamente com a cabeça girando. Yuki senta-se na cama próximo dele e diz inquieto.

-Desculpe.... Eu......

-É melhor se acalmar.... – Fica de lado e de costa para Yuki – seus olhos estavam vermelhos….

-Masamune.... – Observa o garoto – Está com medo de mim?

-Medo? – Suspira surpreso e olha pensativo para a cortina – não tenho medo de você...... – Vira-se de peito para cima – é só que – Olha para Yuki – bem....

            Os olhos de ambos se encontram, nos de Yuki uma disputa entre o azul e vermelho estava em ação. Masamune coloca a mão na testa e diz.

-Está quente.... – Fecha os olhos – Muito quente aqui.

-“É só que” o que? – Ficando irritado.

-Ah.... – Suspira novamente e volta a olhar para o rapaz – Não estou com medo de você, obrigado por me salvar.

-.... – Suspira – Como está se sentindo?

-Na mesma.... – Sente algo pressionar o arranhão e abre os olhos.

Yuki estava colocando um curativo em Masamune e ao terminar de alisar parte adesiva, olha para o garoto e fica com uma expressão preocupada.

-Eu vou ficar bem Yuki.... Não precisa se preocupar.

-Você precisa ser marcado o quanto antes! – Preocupado.

Com um pouco de dificuldade, Masamune se senta e olhando nos olhos de Yuki, cansado, diz.

-Você vive falando algo sobre ser “Marcado”, o que quer dizer com isso?

-Que precisa ser propriedade de alguém, antes que isso se torne mais perigoso!

-..... – Revira os olhos e se joga novamente na cama – não obrigado! A aula já vai começar....

-Mas... – É interrompido.

-A professora vai brigar com você se não for.

-Ok.... Faça o que quiser. – Sai da enfermaria.

            Akira adormece tentando não pensar em nada. E logo sente algo acariciando os seus cabelos. Ao abrir os olhos, vê Shizura.

-Shi..... Zu.... – Masamune murmura.

-Ah, não queria lhe acordar – Shizura diz – fiquei preocupada quando soube que estava aqui.

-Tudo bem... – Sorri.

-Sobre o ocorrido...

-Qual deles…. – Pisca forte – tem tanta coisa acontecendo que você precisa ser específica.

-Yuki virando um humano.... Ser atacado por um lobo.... Essas coisas, você não está assustado? – Funga procurando algo.

-Ah... isso... foi um espanto saber que tudo era verdade, mas, principalmente saber que Shizura também é..... Agora tudo se explica, o por que você é tão boa na educação física, por exemplo.

-Masamune…. Sinto o cheiro de Yuki por toda a enfermaria.

-É por que, a enfermeira me atacou e ele me defendeu.

-A enfermeira? No colégio temos apenas um enfermeiro.

-Hã?!

-Enfim…. Posso te pedir um favor?

-Diga – Olha nos olhos dela.

-Fique longe de Yuki.

-Que?!

-Ele é perverso, de uma péssima raça e.... – É interrompida.

-Shizura, desculpe, mas, sou eu quem deve julga-lo, sinto por não gostar dele, porém, Yuki não é uma pessoa má então espero que pense duas vezes antes de pedir algo assim outra vez.... Você sabe muito bem o que penso desse tipo de coisa.

            Shizura fica vermelha, sem jeito e sai da enfermaria com lágrimas nos olhos.

-Shizu…. – Masamune fala vendo a garota ir embora – O que está acontecendo hoje? – Suspira e volta a se deitar.

Algumas horas depois, Yuki entra com a bolsa de Akira na mão e diz.

-As aulas acabaram eu fiz suas anotações e..... Vamos?

-Nada estranho? – Akira pergunta se levantando.

-Apenas o cheiro dela – Faz uma expressão de nojo e Akira começa a se arrumar – em você.

-Em mim? – Ri sarcástico.

-Olha, Masamune, por ela ser sua melhor amiga, vou me controlar, mas..... Não pense que fico feliz ao vê-la perto.

-Quer dizer que está deixando de lado suas indiferenças.... – Masamune fala terminando de abotoar sua camisa – E desde quando preciso de sua autorização para ter ou não amigos? Eu nem conheço você direito.

-Sabe mais de mim do que muita gente, vale ressaltar.

            Ambos saem da enfermaria. Andando pelo caminho de volta para casa, Akira se sente muito melhor, o ar puro parecia ter curado seu humor e sua indisposição, porém ao ver que Yuki não mudava sua rota, ele estranha e pergunta.

-Você mora aqui perto?

-Aah, é mesmo, da última vez você não me deu a chance.... Eu moro acima da sua casa. [...] Clique Aqui para continuar a leitura.


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