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Ao chegar na sala de aula, Masamune
percebe sua mesa suja com batom vermelho escrito várias vezes a palavra
“morra”. O rapaz analisa a escrita, olha para os outros alunos da sala que
ficam rindo e conversando entre si, alguns olham para ele enquanto outros
apenas riem ou ignoram. Yuki, que havia sido o primeiro a ver a mesa, entra na
sala com um rolo de papel higiênico nas mãos e começa a limpar sem falar nada,
Masamune coloca sua mochila no chão ao lado de sua carteira, puxa para trás e
começa a verificar os parafusos abaixo dela, todos os quatro estavam quase que
totalmente desparafusados, então enquanto Yuki cuida da mesa, ele começa a
apertar os parafusos.
-A
cadeira também? – Yuki pergunta enrolando mais um pouco de papel em sua mão
olhando para Masamune.
-Hum...
– Masamune concorda com uma leve dor de cabeça – Se olhar de baixo da mesa, com
certeza deve ter lama.... – Yuki olha – ou vários insetos mortos – Termina de
apertar um parafuso.
De
uma hora para outra, Yuki bate na mesa e assusta a todos da sala que ficam
calados prestando atenção a ele.
-Quem
foi!? – Ele fala alto zangado – Quem foi?!
– Ninguém responde – Vai ser muito pior se eu descobrir...!
-Yuki,
controle seu temperamento – Masamune fala terminando de apertar mais um – Não
vai adiantar nada se estressar.
-É
Yuki – Um aluno do outro lado da sala diz rindo – Não adianta se estressar.
Yuki
ameaça avançar no rapaz, porém, Shizura se aproxima com uma garrafa de álcool
em mãos e segura o seu braço.
Masamune
apenas termina de apertar os parafusos e limpar sua mesa, se senta como se nada
tivesse acontecido. A raiva sobe em Yuki e ele perde os dois primeiros horários
de aula. No intervalo, Yuki coloca suas coisas em sua mesa e fica encostado na
porta da sala olhando o movimento dos alunos no corredor. Shizura se aproxima
dele irritada e diz.
-O
que você fez com ele?
-Hã?!
-Ele
está com a marca de alguém e muito estranho!
-Por
que a culpa tem que ser minha? – Olha para ela.
-Por
que a culpa é sempre sua....!
-A
mesa e cadeira dele também são culpa minha?
-.....
– Fica inquieta e olha para o corredor – Isso é... Outra história.
-Shizura...
– Suspira cansado – nós precisamos conversar.
Yuki
explica rapidamente o que havia acontecido e após ouvi-lo atentamente, Shizura
cruza os braços pensativa e diz.
-Nessas
redondezas há apenas uma família que gosta de caçar e pregar essas peças nas
pessoas.
-Qual
família?
-Munhoz.
-Há
alguém deles aqui?
Masamune
estava com a cabeça apoiada nas mãos e a balançava de um lado para o outro
pensando em tudo que estava acontecendo. Mashida e Carlos se aproximam e o
assustam.
-Vocês
não têm mais nada para fazer? – Masamune pergunta se ajeitando na cadeira e
olhando para os dois.
-Haha,
deveria ter visto sua cara! – Mashida diz.
-Masa,
o que está acontecendo? – Carlos fala e percebe o rapaz diferente – Você parece
desanimado, sua cabeça ainda doí? – Coloca a mão onde ele havia batido antes.
-Não
– Retira a mão dele – não doí mais, na verdade, aconteceu tanta coisa, que essa
é a menor das minhas preocupações.
-Não
quer dividir esse fardo com os amigos? – Carlos fala colocando a mão no ombro
dele – Charly disse que você não foi ao clube ontem e que andas muito para
baixo.
-Charly
é meio exagerado – Olhando para Carlos – e você sabe disso.
-Lembra
da vez em que eu joguei a bola – Mashida fala rindo – na cabeça de Masa quando
brincávamos no seu quintal? – Aponta para Carlos.
-Charly
puxou tanto a sua orelha – Masamune fala rindo – que pensei que sua orelha
havia sido arrancada.
-Tudo
isso por causa de uma bola! – Mashida fala e coloca a mão na orelha – só de
lembrar sinto a dor de leve – Carlos ri.
Mashida
é virado para o seu lado direito e recebe uma tapa de Shizura. Carlos puxa o
amigo no automático ao ouvir o barulho e se coloca em frente a Mashida enquanto
Masamune se levanta de sua carteira e estende sua mão como se pedisse para o
amigo ficar atrás de si.
-Esse
é o seu jeito de me falar oi?! – Mashida fala com a mão no rosto e alguns
alunos que estavam na sala observam a cena.
-Como
pode fazer isso?!
-“Isso”
o que?! – Mashida pergunta.
-Você
é o único representante da família Munhoz no colégio.
-Oh...
– Masamune fala e olha para Mashida – então você também é...
-...
– Mashida sabia exatamente do que ele estava falando, olha para Shizura
chateado – Você contou para ele?!
-Eu
não idiota! Yuki! – Aponta para Yuki que estava atrás dela.
-Correção
– Yuki diz com uma mão na nuca – você acabou de contar, eu não falei nada.
Masamune
observa que já estava se iniciando um tumulto na sala de aula, então pega
Mashida pelo braço e começa a andar para a porta da sala.
-Aqui
não é lugar.... – Masamune diz arrastando Mashida.
Próximo
a quadra de esportes, atrás do prédio em que eles estavam tendo aula, onde não
havia quase ninguém, os cinco param para tentar conversar. Mashida fica atrás
de Carlos e Masamune enquanto Yuki observa o trio com as mãos na cintura e
Shizura fica de braços cruzados na frente dele.
-Que
formação é essa? – Yuki pergunta sorrindo.
-Quando
éramos pequenos, Shizura e Mashida viviam brigando – Masamune diz.
-Mashida
sempre levava a pior... – Carlos continua.
-Desde
então esses dois idiotas sempre protegem aquele bobão – Olhando séria para
Mashida.
-O
que diabos eu fiz dessa vez?! – Mashida diz colocando a costa da mão no local
dolorido tentando resfriá-lo.
-Duas
noites atrás, o que estava fazendo?!
-Shizura....
– Masamune fala revirando os olhos – sempre batendo primeiro e perguntando
depois.
-Shii!
– Faz um sinal de silêncio para Masamune – Não perguntei para você.
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